terça-feira, 3 de agosto de 2010

Tragédia dos Comuns

Imagine várias pessoas. Um grupo organizado, o qual visa a um objetivo comum. Para alcançá-lo, seria necessário que todos (ou a maioria) se envolvessem e contribuissem, isto é, se esforçassem de alguma forma. O esforço de uma pessoa do grupo significaria um prejuízo para ela - tempo e recursos desperdiçados -, quando os outros não se esforçassem. Por outro lado, não se envolver não acarretaria nem ganhos, nem perdas para o indivíduo. Logo, individualmente, não se esforçar é melhor do que se esforçar.

Na cabeça da maioria do grupo, que almejam o fim coletivo de forma secundária aos seus interesses individuais, existe a noção de que a probabilidade de todos no grupo se envolverem e o objetivo ser alcançado é muito pequena. Realidade.

Logo, o pensamento é: eu não me esforçarei porque sei que todos ou a maioria não se esforçarão, e participar sozinho é prejuízo para mim.

Pensar apenas em si mesmo é o mal que dá liga à Tragédia dos Comuns. É um ciclo vicioso, cujo combustível é o egoísmo.

Para desarmá-lo, a probabilidade de todos se envolverem teria de ser aumentada. Como? Com mais e mais pessoas participando, uma por uma.

Bom, fácil não é...

2 comentários:

  1. não é atoa que eu nunca gostei de trabalho em grupo x)
    Continua escrevendo bem, chatice! bjo!

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  2. Do ponto de vista do individuo o melhor é realmente não se esfoçar, no sentido de não construir?

    Não creio. Primeiro porque acredito que exista uma "ilusão" da dimensão dessa individualidade, ela é abstrata, porque somos profundamente dependentes uns dos outros. No limite, tudo é produto social.
    Segundo, é que quando não há identidade do individuo naquilo que constroí, como este vai estabelecer uma relação com aquilo, que não seja a do "dever", 'eu DEVO contribuir', 'eu TENHO que fazer'? Nesse sentido "não fazer", não é necessariamente uma postura moral (talvez) , mas principalmente uma expressão da não identidade - que é a mesma que se expressa na afirmativa "do dever", praqueles que fazem.


    Pra construir em conjunto, qualquer coisa, é necessário, fundamentalmente, identidade entre individuos para individuos, e os individuos e as coisas a serem construiras.
    Acho.

    texto bacana.

    Abraço

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